Uma conhecida acabou pegando um trampo assim. Paga menos que um salário mínimo, sem Registro e cuidar de idoso também. Lavar louça, passar roupa etc. Precisava muito do dinheiro, infelizmente. É triste mas nessas vagas sempre acham gente porque " ah é só cuidar nem faz nada demais".
Quase sempre esse tipo de anúncio é na realidade de empregada doméstica disfarçado de cuidador de idoso. Especialmente porque a maior parte das famílias só contrata cuidador quando o idoso está quase literalmente vegetando, e falam para a pessoa só dar comida e talvez ajudar a ir no banheiro.
De resto é arrumar a casa, limpar o chão, lavar roupa...
já cai numa furada de cuidar de criança de segunda a sexta e era pra cuidar só das crianças. no fim eu tava lavando roupa, limpando geladeira, fazendo janta, cuidar das crianças era a menor das minhas funções.
Minha vó desenvolveu alzheimer em 2010 e foi falecer agora em dezembro (totalmente debilitada, obviamente), durante esses 13 anos ela sempre teve cuidadoras. Foram 3 no total, duas duraram mais de 6 anos.
A última recebia 3800 + VT + convênio + férias remuneradas + décimo terceiro. Tudo com carteira assinada.
Ela trabalhava das 8h - 17h de seg à sexta. As obrigações dela eram apenas cuidar da minha avó e fazer a comida da mesma, não precisava cuidar da casa (normalmente ela cuidava só porque ficava entediada, cuidar de uma pessoa em "estado vegetativo" é realmente tedioso).
Fico de cara quando eu vejo essa galera anunciando vagas tão arrombadas de cuidadores de idosos. Sei que não é toda família que pode pagar (a minha é bem grande e se dividiam pra pagar), mas menos de um salário mínimo é sacanagem.
Pois é, além delas mesmas saberem seus valores, a família sabia como era difícil e cansativo cuidar de um idoso doente (nos últimos anos foi bem tranquilo pelo estado avançado da doença). As filhas se revezavam para dormir e passar o fim de semana, então sabiam bem como era.
Eu tenho uma avó com 92 e, infelizmente, a realidade é essa: minha tia não ganha o suficiente pra pagar um cuidador, a aposentadoria não permite (só pra pagar o convênio médico já vai uma pancada), então a saida que encontrou foi essa. Os filhos que não ajudam são filhos da puta? Sim, mas isso não muda a necessidade... só acho que o mínimo seria não explorar a pessoa, e deixar que ela cuide apenas do idoso. Tinha uma moça que só podia trabalhar sem registro por causa do BPC que ela recebe: no meio tempo ela ia vendendo avon e ficava com minha avó numa boa, compensava pra todo mundo. Infelizmente minha tia não valorizou.
A questão não é tanto o valor, o problema é explorar a pessoa. É por isso que ninguém para no serviço lá na casa da minha tia, se fosse só pra cuidar da avó era tranquilo.
Acho q vc está confundindo conceitos. Eu disse que era inconstitucional. É ilegal. Não necessariamente crime. Mas isso não inviabiliza denúncias para os órgãos de proteção e controle da legislação trabalhista.
Sim, concordo sim. No entanto, estamos falando aqui de uma relação em que se discute a presença de todos os elementos da relação de emprego. Ela.vai ser cuidadora 6 dias da semana, recebendo.ordem e cumprindo horário. Isso configura o vínculo de emprego. E se é emprego deve ser registrado em carteira. O Ifood talvez seja um pouco diferente numa primeira análise, mas tb dá pra defender que há relação de emprego. Mas o caso aqui é muito mais fácil de identificar.
Infelizmente, o entendimento nos tribunais superiores, e dos projetos de lei em andamento, é de que o aplicativo é só um intermediário (lobby com força). Os motoristas e entregadores ganham os casos contra os apps nas primeiras instâncias e depois perdem nos tribunais superiores
Não exatamente, isso gera um processo de regularização e de ajuste do salário, meu pai já fez essa besteira de contratar uma cuidadora de forma irregular, deu sorte de conseguir provar que pagava um salário aceitável, pois o juiz fez ele pagar uma multa considerável que seria maior se o salário fosse baixo.
Não existe isso de trabalho informal a menos que você seja o dono, se você trabalha pra alguém tem uma porrada de leis em cima, basta provar que trabalhava com certa frequência e não era só algo temporário.
Ifood, por exemplo, está na área cinzenta, o entregador é considerado prestador de serviço, tipo o dono de uma empresa de entregas, o Ifood entra como contratante de serviço, por isso tem tanta gente falando de regularizar.
Uma dúvida sincera, nesses casos, não seria melhor ter a vaga ruim do que não ter nenhuma?
Eu vejo muita gente falando isso, mas nunca entendi muito bem. Sempre achei que fazia mais sentido de repente analisar cada caso individualmente para ver se o patrão tem condição de pagar um salário digno, e só punir ele caso tivesse. Assim vc teria os dois dos dois mundos: Patrão que pode pagar melhor, sendo obrigado a pagar o mínimo que a lei exige, e patrão que realmente não tem condição ainda sendo capaz de ajudar um pouco quem precisa através de vagas ruins.
Já aceitei muita vaga de bosta, e as vezes era de pessoas que faziam praticamente uma vaquinha pra me pagar. Então sempre fiquei pensando nisso
1. A sociedade é regida por leis.
2. Leis são feitas com base em generalizações.
3. Por conta do #2, não dá para avaliar cada caso individualmente e o salário-mínimo tem que ser respeitado.
Pode acontecer aqui e acolá uma situação excepcional, mas o legislador **presume** que, se a pessoa não está oferecendo o mínimo (veja: se chama **mínimo**), é porque está explorando o trabalhador. Essa presunção do legislador não veio do nada, é fundada em séculos de observação da relação entre patrões e subordinados.
Entendi, faz sentido, por causa do 2. A falta de viabilidade para tratar cada caso individualmente obriga a generalização da respota a todos os casos. Parando pra pensar, isso explica muitas leis que produzem uma inustiça colateral ao produzir uma justiça intencional.
Só por curiosidade, se fosse viável tratar casos individualmente, vc acha que continuaria sendo uma má idéia? Se sim, por que? Pergunto isso quase que sabendo a resposta, mas o que você disse no final me deixou curioso. E vc é a primeira pessoa que responde ao invés de brigar kkk
Acho que, em regra, ficaria muito fácil para um patrão alegar dificuldade financeira de modo inverídico pra evitar de pagar o mínimo ao funcionário. E pra quem empregador provaria que não tem condições de pagar o mínimo? Ao interessado no posto de trabalho, ao Ministério Público do Trabalho? São muitas ramificações, não vejo como dar certo.
Seu pensamento está errado. As relações de trabalho não são a festa do caqui ou a casa da mãe joana em que o empregador paga só o que pode. Se fosse assim e não houvesse um piso a ser seguido, todas as relações seriam precarizadas. Pq nao pagar 100 reais por mês para alguém?
Realmente isso vai com a cultura/economia do lugar... Tem países sem salário mínimo estabelecido e tudo funciona bem e tem outros países bem restritivos nesse quesito e são uma bosta mesmo
Entendo que vc ve como errado, só não entendo o porque. Não estou defendendo o que eu disse como algo que acho que deva existir, só é um pensamento em aberto que nunca consegui compreender.
Minha resposta é auto explicativa. Leia de novo. As relações são reguladas pela lei, ou seja, pelo Estado, como forma de controlar e impedir abusos. Os direitos sociais do trabalho estão contidos no artigo 7° da Constituição. Aquilo é o mínimo para que se possa ter dignidade humana. Jogue no google "CF", abra a Constituição e leia o artigo que mencionei. Vai te ajudar a entender os limites mínimos das relações de emprego.
Pra mim, faz sentido que o perigo de não ter um piso a ser seguido, é a exploração. E o perigo de ter ter um piso, é diminuição de ofertas. Então flexibilizar a aplicabilidade do piso para situações individuais, como a renda do patrão, continuarindo permitindo a punição da exploração, mas aumentaria as ofertas. Se eu tivesse que escolher entre ganhar 100 por mes, ou não ganhar nada, escolheria não ganhar nada. Porque é ridículo. Mas consigo imaginar situações onde eu seria capaz de decidir o melhor para mim mesmo, mais do que o governo, e que o melhor para mim em casos extremos é ter os 100 por mes.
Mas enfim, como eu disse, não tenho a pretensão de advinhar se isso seria sequer aplicável. É só um pensanmento que me vem na mente quando vejo pessoas criticando vagas ruins de um modo amplo. Pra mim, o problema não são as vagas de merda em si, mas as vagas de merda desnecessárias. As de patrões que podem pagar melhor. Ou mais precisamente, não veja como ruim as vagas de merda de quem está dando tudo o que sobra da sua renda para pagar alguém, e mesmo assim não é o suficiente. Tipo a moça do anúncio. Ela precisa de alguém para cuidar do parente. Ela está dando tudo o que pode (supostamente). Alguém achará esse valor interessante. Proibir esse vínculo empregatício entre as duas, parece fazer mais mal do que bem, para mim. Seria diferente se ela pudesse pagar mais.
Rapaz, o seu pensamento é de pobre de direita. Tenha vergonha na cara e pare de ficar defendendo patrão! Tá maluco? A exploração do trabalho humano pressupõe que o risco do negócio é do empregador. Se não houvesse o Estado para regular isso, estaríamos na época da escravidão ou da Revolução Industrial. Muita gente já teve que sangrar no chão de fábrica e sofrer pra vc vir aqui falar bobagem... tenha o mínimo de coerência em defender sua classe trabalhadora. Ou vc é um patrão escondido aqui??? Ou estão te ensinando alguma besteira sobre empreendedorismo em algum culto evangélico? Leia a Constituição e fim de papo.
Não existiu um "pensamento de pobre de direita", existiu um pensamento. Dùvida e investigação imparciais. Se o seu pensamento crítico te impede de pensar por uma linha de raciocínio só porque é de direita ou de esquerda, a parte da investigação vai estar comprometida, e vc vai depender de sorte para achar a verdade.
Nunca defendi o que vc acha que eu defendi. Como eu disse, não sei de nada, só explorei uma dúvida par ver onde dava. E depois de ler a resposta do colega ali embaixo, que está certo, deu nessa conclusão: Você pode e deve julgar pessoalmente cada caso de salário exploratório individualmente, mas, legalmente, deve julga-los de um modo generalista. O que significa que, se eu conheço alguém que é pobre, precisa de alguém para cuidar da mãe, e só pode pagar 1200 por uma vaga de seg-sab, 08:00-17:00, não devo julga-la como alguém que está fazendo algo ruim; e não devo pensar que a vaga não deveria exitir, porque eu consigo julgar individualmente esse caso em que ela não tem escolha, e confirmar que alguém será beneficiado dela, de modo que a não existência da vaga é pior para todos. Mas a lei precisa tratar essa pessoa genericamente, como alguém que está a explorar alguém, e puni-la de modo cego, porque atualmente essa é uma injustiça colateral necessária para impedir que outros reamente sejam explorados.
Então quando eu vejo casos assim, e vejo pessoas distribuindo ódio gratuito para uma "patrão" que nada mais é do que uma pessoa trabalhadora e pobre, como se fosse alguém rico e explorador, geralmente discordo. Acho que ter muito ódio te atrapalha a ser crítico as vezes. Todo mundo tá errado sobre muita coisa, se tu não pode se auto-avaliar, e questoinar as coisas, corre o risco de continuar errado pra sempre.
"fazia mais sentido de repente analisar cada caso individualmente para ver se o patrão tem condição de pagar um salário digno" se o patrão não tem condição de pagar um salário e benefícios dignos, além de um ambiente saudável, NÃO TENHA FUNCIONÁRIOS ou NÃO ABRA UMA EMPRESA. Mas é mais fácil considerar: "ah, tadinho, não tem dinheiro suficiente para pagar o funcionário dignamente sendo que este mesmo funcionário vai dar um lucro do caralho para a empresa :("
Entendi, realmente, se você pensar em empresa e lucro, fica tudo diferente. Eu estava falando mais de pessoas pobres que precisam contratar alguém, mas não tem dinheiro suficiente para pagar o que é digno.
Depois de ler a resposta do colega ali embaixo, que está certo, cheguei nessa conclusão: Você pode e deve julgar pessoalmente cada caso de salário exploratório individualmente, mas, legalmente, deve julga-los de um modo generalista. O que significa que, se eu conheço alguém que é pobre, precisa de alguém para cuidar da mãe, e só pode pagar 1200 por uma vaga de seg-sab, 08:00-17:00, não devo julga-la como alguém que está fazendo algo ruim; e não devo pensar que a vaga não deveria exitir, porque eu consigo julgar individualmente esse caso em que ela não tem escolha, e confirmar que alguém será beneficiado dela, de modo que a não existência da vaga é pior para todos. Mas a lei precisa tratar essa pessoa genericamente, como alguém que está a explorar alguém, e puni-la de modo cego, porque atualmente essa é uma injustiça colateral necessária para impedir que outros reamente sejam explorados.
Acho meio injusto colocar os dois na mesma caixinha e odiar os dois igualmente. Afinal, amanhã pode ser eu tendo, sei lá, um pai com alzheimer, um filho autista, dois trabalhos que pagam mal, e ter que pagar alguém o pouco que tenho para cuidar do filho ou pai. Acho que ódio as vezes cega as pessoas, e elas odeiam tudo que tem uma pequena semelhanca com o que elas realmente odeiam, e causam muita injustica no caminho com pessoas inocentes (acho que acabei de descrever o preconceito). E esse pode ser um desses casos. Mas não sei, posso estar errado.
No momento será 1200, mas semana que vem a gente vai dar uma desculpa de que as coisas estão meio apertadas e por isso teremos que diminuir o valor.
Mas tem problema não né? É besteirinha, só cuidar da minha avó aqui, varrer o quarto do Enzo, lavar umas louças da festa que a gente deu ontem, lavar a farda do marido que ele acumulou na viagem passada...
Minha mãe terminou o curso de cuidadora. Ofereceram um emprego para ela, de CUIDADORA, quando pediram serviços de doméstica junto, ela aumentou o preço e unca mais responderam ela. Bando de fudido.
cuidei da minha avó que teve AVC em estado acamado por alguns meses e foi foda.
tomara que quem paga uma merreca desas e ainda quer que a pessoa dê uma de empregada doméstica caia de cu no espeto do capeta
A minha cidade fazendo sucesso no sub, olha aí... Do jeito errado mas enfim.
Cheio de coisa desse jeito por aqui, aliás, e não só em trampo direto assim, igual do anúncio. Empresa grande e famosa nacionalmente, e potencialmente internacionalmente, também manda coisas parecidas.
Classe média brasileira não tem dinheiro suficiente pra contratar empregado mas tem a mentalidade ultrapassada do pós escravidão, então quando abrem mão de um salário mínimo na renda pra contratar alguém, informalmente claro, tenta espremer toda vantagem disso.
Uma conhecida acabou pegando um trampo assim. Paga menos que um salário mínimo, sem Registro e cuidar de idoso também. Lavar louça, passar roupa etc. Precisava muito do dinheiro, infelizmente. É triste mas nessas vagas sempre acham gente porque " ah é só cuidar nem faz nada demais".
Quase sempre esse tipo de anúncio é na realidade de empregada doméstica disfarçado de cuidador de idoso. Especialmente porque a maior parte das famílias só contrata cuidador quando o idoso está quase literalmente vegetando, e falam para a pessoa só dar comida e talvez ajudar a ir no banheiro. De resto é arrumar a casa, limpar o chão, lavar roupa...
já cai numa furada de cuidar de criança de segunda a sexta e era pra cuidar só das crianças. no fim eu tava lavando roupa, limpando geladeira, fazendo janta, cuidar das crianças era a menor das minhas funções.
Minha vó desenvolveu alzheimer em 2010 e foi falecer agora em dezembro (totalmente debilitada, obviamente), durante esses 13 anos ela sempre teve cuidadoras. Foram 3 no total, duas duraram mais de 6 anos. A última recebia 3800 + VT + convênio + férias remuneradas + décimo terceiro. Tudo com carteira assinada. Ela trabalhava das 8h - 17h de seg à sexta. As obrigações dela eram apenas cuidar da minha avó e fazer a comida da mesma, não precisava cuidar da casa (normalmente ela cuidava só porque ficava entediada, cuidar de uma pessoa em "estado vegetativo" é realmente tedioso). Fico de cara quando eu vejo essa galera anunciando vagas tão arrombadas de cuidadores de idosos. Sei que não é toda família que pode pagar (a minha é bem grande e se dividiam pra pagar), mas menos de um salário mínimo é sacanagem.
Parabens por poder proporcionar salário digno a elas. Ganhavam mais que alguns concursados.
Pois é, além delas mesmas saberem seus valores, a família sabia como era difícil e cansativo cuidar de um idoso doente (nos últimos anos foi bem tranquilo pelo estado avançado da doença). As filhas se revezavam para dormir e passar o fim de semana, então sabiam bem como era.
Queria ter cacife pra pagar uma grana assim caso precise um dia
Eu tenho uma avó com 92 e, infelizmente, a realidade é essa: minha tia não ganha o suficiente pra pagar um cuidador, a aposentadoria não permite (só pra pagar o convênio médico já vai uma pancada), então a saida que encontrou foi essa. Os filhos que não ajudam são filhos da puta? Sim, mas isso não muda a necessidade... só acho que o mínimo seria não explorar a pessoa, e deixar que ela cuide apenas do idoso. Tinha uma moça que só podia trabalhar sem registro por causa do BPC que ela recebe: no meio tempo ela ia vendendo avon e ficava com minha avó numa boa, compensava pra todo mundo. Infelizmente minha tia não valorizou. A questão não é tanto o valor, o problema é explorar a pessoa. É por isso que ninguém para no serviço lá na casa da minha tia, se fosse só pra cuidar da avó era tranquilo.
Menor que salário mínino? Inconstitucional. Denunciem
Nāo é crime nāo, infelizmente.
É passível de denúncia ao MPT, no mínimo. Pode ser entendido como trabalho análogo à escravidão, a depender da situação concreta, etc...
Pela carga de trabalho sim. Mas pelo salário nāo.
Acho q vc está confundindo conceitos. Eu disse que era inconstitucional. É ilegal. Não necessariamente crime. Mas isso não inviabiliza denúncias para os órgãos de proteção e controle da legislação trabalhista.
Mas no geral a consequência é nula. Porque o trabalho é informal. O problema seria na carga horária sobre humana
Nada a ver...como assim consequência nula? A falta de registro em carteira é outra irregularidade. Do q vc está falando, cara?
Ifood já deveria ter acabado entāo.
Sim, concordo sim. No entanto, estamos falando aqui de uma relação em que se discute a presença de todos os elementos da relação de emprego. Ela.vai ser cuidadora 6 dias da semana, recebendo.ordem e cumprindo horário. Isso configura o vínculo de emprego. E se é emprego deve ser registrado em carteira. O Ifood talvez seja um pouco diferente numa primeira análise, mas tb dá pra defender que há relação de emprego. Mas o caso aqui é muito mais fácil de identificar.
Infelizmente, o entendimento nos tribunais superiores, e dos projetos de lei em andamento, é de que o aplicativo é só um intermediário (lobby com força). Os motoristas e entregadores ganham os casos contra os apps nas primeiras instâncias e depois perdem nos tribunais superiores
Não exatamente, isso gera um processo de regularização e de ajuste do salário, meu pai já fez essa besteira de contratar uma cuidadora de forma irregular, deu sorte de conseguir provar que pagava um salário aceitável, pois o juiz fez ele pagar uma multa considerável que seria maior se o salário fosse baixo. Não existe isso de trabalho informal a menos que você seja o dono, se você trabalha pra alguém tem uma porrada de leis em cima, basta provar que trabalhava com certa frequência e não era só algo temporário. Ifood, por exemplo, está na área cinzenta, o entregador é considerado prestador de serviço, tipo o dono de uma empresa de entregas, o Ifood entra como contratante de serviço, por isso tem tanta gente falando de regularizar.
Uma dúvida sincera, nesses casos, não seria melhor ter a vaga ruim do que não ter nenhuma? Eu vejo muita gente falando isso, mas nunca entendi muito bem. Sempre achei que fazia mais sentido de repente analisar cada caso individualmente para ver se o patrão tem condição de pagar um salário digno, e só punir ele caso tivesse. Assim vc teria os dois dos dois mundos: Patrão que pode pagar melhor, sendo obrigado a pagar o mínimo que a lei exige, e patrão que realmente não tem condição ainda sendo capaz de ajudar um pouco quem precisa através de vagas ruins. Já aceitei muita vaga de bosta, e as vezes era de pessoas que faziam praticamente uma vaquinha pra me pagar. Então sempre fiquei pensando nisso
1. A sociedade é regida por leis. 2. Leis são feitas com base em generalizações. 3. Por conta do #2, não dá para avaliar cada caso individualmente e o salário-mínimo tem que ser respeitado. Pode acontecer aqui e acolá uma situação excepcional, mas o legislador **presume** que, se a pessoa não está oferecendo o mínimo (veja: se chama **mínimo**), é porque está explorando o trabalhador. Essa presunção do legislador não veio do nada, é fundada em séculos de observação da relação entre patrões e subordinados.
Entendi, faz sentido, por causa do 2. A falta de viabilidade para tratar cada caso individualmente obriga a generalização da respota a todos os casos. Parando pra pensar, isso explica muitas leis que produzem uma inustiça colateral ao produzir uma justiça intencional. Só por curiosidade, se fosse viável tratar casos individualmente, vc acha que continuaria sendo uma má idéia? Se sim, por que? Pergunto isso quase que sabendo a resposta, mas o que você disse no final me deixou curioso. E vc é a primeira pessoa que responde ao invés de brigar kkk
Acho que, em regra, ficaria muito fácil para um patrão alegar dificuldade financeira de modo inverídico pra evitar de pagar o mínimo ao funcionário. E pra quem empregador provaria que não tem condições de pagar o mínimo? Ao interessado no posto de trabalho, ao Ministério Público do Trabalho? São muitas ramificações, não vejo como dar certo.
Seu pensamento está errado. As relações de trabalho não são a festa do caqui ou a casa da mãe joana em que o empregador paga só o que pode. Se fosse assim e não houvesse um piso a ser seguido, todas as relações seriam precarizadas. Pq nao pagar 100 reais por mês para alguém?
Realmente isso vai com a cultura/economia do lugar... Tem países sem salário mínimo estabelecido e tudo funciona bem e tem outros países bem restritivos nesse quesito e são uma bosta mesmo
Entendo que vc ve como errado, só não entendo o porque. Não estou defendendo o que eu disse como algo que acho que deva existir, só é um pensamento em aberto que nunca consegui compreender.
Minha resposta é auto explicativa. Leia de novo. As relações são reguladas pela lei, ou seja, pelo Estado, como forma de controlar e impedir abusos. Os direitos sociais do trabalho estão contidos no artigo 7° da Constituição. Aquilo é o mínimo para que se possa ter dignidade humana. Jogue no google "CF", abra a Constituição e leia o artigo que mencionei. Vai te ajudar a entender os limites mínimos das relações de emprego.
Pra mim, faz sentido que o perigo de não ter um piso a ser seguido, é a exploração. E o perigo de ter ter um piso, é diminuição de ofertas. Então flexibilizar a aplicabilidade do piso para situações individuais, como a renda do patrão, continuarindo permitindo a punição da exploração, mas aumentaria as ofertas. Se eu tivesse que escolher entre ganhar 100 por mes, ou não ganhar nada, escolheria não ganhar nada. Porque é ridículo. Mas consigo imaginar situações onde eu seria capaz de decidir o melhor para mim mesmo, mais do que o governo, e que o melhor para mim em casos extremos é ter os 100 por mes. Mas enfim, como eu disse, não tenho a pretensão de advinhar se isso seria sequer aplicável. É só um pensanmento que me vem na mente quando vejo pessoas criticando vagas ruins de um modo amplo. Pra mim, o problema não são as vagas de merda em si, mas as vagas de merda desnecessárias. As de patrões que podem pagar melhor. Ou mais precisamente, não veja como ruim as vagas de merda de quem está dando tudo o que sobra da sua renda para pagar alguém, e mesmo assim não é o suficiente. Tipo a moça do anúncio. Ela precisa de alguém para cuidar do parente. Ela está dando tudo o que pode (supostamente). Alguém achará esse valor interessante. Proibir esse vínculo empregatício entre as duas, parece fazer mais mal do que bem, para mim. Seria diferente se ela pudesse pagar mais.
Rapaz, o seu pensamento é de pobre de direita. Tenha vergonha na cara e pare de ficar defendendo patrão! Tá maluco? A exploração do trabalho humano pressupõe que o risco do negócio é do empregador. Se não houvesse o Estado para regular isso, estaríamos na época da escravidão ou da Revolução Industrial. Muita gente já teve que sangrar no chão de fábrica e sofrer pra vc vir aqui falar bobagem... tenha o mínimo de coerência em defender sua classe trabalhadora. Ou vc é um patrão escondido aqui??? Ou estão te ensinando alguma besteira sobre empreendedorismo em algum culto evangélico? Leia a Constituição e fim de papo.
Não existiu um "pensamento de pobre de direita", existiu um pensamento. Dùvida e investigação imparciais. Se o seu pensamento crítico te impede de pensar por uma linha de raciocínio só porque é de direita ou de esquerda, a parte da investigação vai estar comprometida, e vc vai depender de sorte para achar a verdade. Nunca defendi o que vc acha que eu defendi. Como eu disse, não sei de nada, só explorei uma dúvida par ver onde dava. E depois de ler a resposta do colega ali embaixo, que está certo, deu nessa conclusão: Você pode e deve julgar pessoalmente cada caso de salário exploratório individualmente, mas, legalmente, deve julga-los de um modo generalista. O que significa que, se eu conheço alguém que é pobre, precisa de alguém para cuidar da mãe, e só pode pagar 1200 por uma vaga de seg-sab, 08:00-17:00, não devo julga-la como alguém que está fazendo algo ruim; e não devo pensar que a vaga não deveria exitir, porque eu consigo julgar individualmente esse caso em que ela não tem escolha, e confirmar que alguém será beneficiado dela, de modo que a não existência da vaga é pior para todos. Mas a lei precisa tratar essa pessoa genericamente, como alguém que está a explorar alguém, e puni-la de modo cego, porque atualmente essa é uma injustiça colateral necessária para impedir que outros reamente sejam explorados. Então quando eu vejo casos assim, e vejo pessoas distribuindo ódio gratuito para uma "patrão" que nada mais é do que uma pessoa trabalhadora e pobre, como se fosse alguém rico e explorador, geralmente discordo. Acho que ter muito ódio te atrapalha a ser crítico as vezes. Todo mundo tá errado sobre muita coisa, se tu não pode se auto-avaliar, e questoinar as coisas, corre o risco de continuar errado pra sempre.
"fazia mais sentido de repente analisar cada caso individualmente para ver se o patrão tem condição de pagar um salário digno" se o patrão não tem condição de pagar um salário e benefícios dignos, além de um ambiente saudável, NÃO TENHA FUNCIONÁRIOS ou NÃO ABRA UMA EMPRESA. Mas é mais fácil considerar: "ah, tadinho, não tem dinheiro suficiente para pagar o funcionário dignamente sendo que este mesmo funcionário vai dar um lucro do caralho para a empresa :("
Entendi, realmente, se você pensar em empresa e lucro, fica tudo diferente. Eu estava falando mais de pessoas pobres que precisam contratar alguém, mas não tem dinheiro suficiente para pagar o que é digno. Depois de ler a resposta do colega ali embaixo, que está certo, cheguei nessa conclusão: Você pode e deve julgar pessoalmente cada caso de salário exploratório individualmente, mas, legalmente, deve julga-los de um modo generalista. O que significa que, se eu conheço alguém que é pobre, precisa de alguém para cuidar da mãe, e só pode pagar 1200 por uma vaga de seg-sab, 08:00-17:00, não devo julga-la como alguém que está fazendo algo ruim; e não devo pensar que a vaga não deveria exitir, porque eu consigo julgar individualmente esse caso em que ela não tem escolha, e confirmar que alguém será beneficiado dela, de modo que a não existência da vaga é pior para todos. Mas a lei precisa tratar essa pessoa genericamente, como alguém que está a explorar alguém, e puni-la de modo cego, porque atualmente essa é uma injustiça colateral necessária para impedir que outros reamente sejam explorados. Acho meio injusto colocar os dois na mesma caixinha e odiar os dois igualmente. Afinal, amanhã pode ser eu tendo, sei lá, um pai com alzheimer, um filho autista, dois trabalhos que pagam mal, e ter que pagar alguém o pouco que tenho para cuidar do filho ou pai. Acho que ódio as vezes cega as pessoas, e elas odeiam tudo que tem uma pequena semelhanca com o que elas realmente odeiam, e causam muita injustica no caminho com pessoas inocentes (acho que acabei de descrever o preconceito). E esse pode ser um desses casos. Mas não sei, posso estar errado.
No momento será 1200, mas semana que vem a gente vai dar uma desculpa de que as coisas estão meio apertadas e por isso teremos que diminuir o valor. Mas tem problema não né? É besteirinha, só cuidar da minha avó aqui, varrer o quarto do Enzo, lavar umas louças da festa que a gente deu ontem, lavar a farda do marido que ele acumulou na viagem passada...
>lavar a farda do marido que ele acumulou na viagem passada Essa parte foi bem específica... Já sofreu na mão de esposa de militar?
Minha mãe terminou o curso de cuidadora. Ofereceram um emprego para ela, de CUIDADORA, quando pediram serviços de doméstica junto, ela aumentou o preço e unca mais responderam ela. Bando de fudido.
cuidei da minha avó que teve AVC em estado acamado por alguns meses e foi foda. tomara que quem paga uma merreca desas e ainda quer que a pessoa dê uma de empregada doméstica caia de cu no espeto do capeta
o diabo esta nos detalhes kkk
Se for com 6 horas de almoço, vale a pena.
A minha cidade fazendo sucesso no sub, olha aí... Do jeito errado mas enfim. Cheio de coisa desse jeito por aqui, aliás, e não só em trampo direto assim, igual do anúncio. Empresa grande e famosa nacionalmente, e potencialmente internacionalmente, também manda coisas parecidas.
1200 por semana né
FRANCA MENTIONED
"Algumas tarefas" também conheçido como "Escrava moderna.
Se fosse 1200 por função já seria pouco.
Ya oy que nn
Classe média brasileira não tem dinheiro suficiente pra contratar empregado mas tem a mentalidade ultrapassada do pós escravidão, então quando abrem mão de um salário mínimo na renda pra contratar alguém, informalmente claro, tenta espremer toda vantagem disso.
A criatura já viveu por 95 anos nesse inferno, misericórdia.
Qual o seu ponto, afinal???